3ª sessão - dia 23 de novembro de 2013 - das 10h às 13h
Colégio
Cantinho dos Amigos
Avenida José Afonso 59
2840-736 Arrentela
Contatos: 212 271 411 Site:http://www.ocantinhodosamigos.com
Excecionalmente 3 relatos de prática em
simultâneo
10h PLENARIO : A escrita e o tempo
Podia, por exemplo, intitular o que me proponho “conviver” convosco, o tempo de aprendizagem da escrita na
aprendizagem da escrita do tempo. No entanto fico nas palavras-chaves. Duas
ideias com as quais lidamos diariamente na Escola. Profissionalmente damos mais
pela escrita que pelo tempo. Contudo queria saber, se soube (sabemos) pensar no
tempo que leva a escrita, no tempo que as crianças demoram a aprender a
escrever, e quando já sabem escrever o tempo que demoram a fazê-lo. Desde os Jardins de Infância até aos
doutoramentos!
Foi por causa desta “demora inicial” nas aprendizagens que o regimento
que vigorou até finais dos anos 70 do seculo passado foi alterado. As crianças
iniciavam a escola: 4 classes (o Jardim de Infância era uma inexistência) que
se sucediam e das quais se transitava (ou não) no final dos anos. Houve uma
forma intermédia em que foram dados dois anos (existiam 2 fases) para as mesmas
aprendizagens, para finalmente se atingir a “inteligência”, uma só fase, para
as crianças aprenderem sem serem penalizadas… pela falta de tempo. Assim temos
vivido, com alguns engulhos, mas sucesso comprovado.
Nunca sonhei que tamanha incompetência, desrespeito e ignorância por
parte de quem neste momento administra a Educação em Portugal, impusesse uma
regressão de 50 anos em conhecimentos e aquisições. Voltamos atrás pelas piores
razões, e com piores consequências, tudo resumido numa palavra chave: exames!!!Luís Goucha (Lisboa)
11h - RELATOS DE PRATICAS - CRECHE - A Creche como um direito da criança
Na nossa
escola são múltiplos os modos pelos quais assumimos a partilha como uma forma
de estar:seja por uma semente transportada na palma de uma mão, seja nas folhas
tenras de uma alface que partilhamos com a sala do lado.
E é ao viver
num ambiente de grande riqueza cultural que diariamente "pomos as mãos na
terra" e dela retiramos a raíz dos nutrientes essenciais para a vivência
de valores democráticos.
Cabe assim ao
adulto, de acordo com os princípios e valores do MEM, cultivar um clima de
livre expressão, promovendo relações de parceria. Marta Botelho e Maria do Carmo Mendes (Lisboa)
11h - RELATOS DE PRATICAS -Matemática na Arte ou a Arte da Matemática
Com esta comunicação pretendemos relatar e
refletir sobre o trabalho desenvolvido no âmbito da educação artística em duas
salas de jardim de infância.
Aproveitando as oportunidades que a comunidade
nos oferece e procurando ir ao encontro dos interesses das crianças, foram
surgindo projetos em que a arte e a matemática se cruzaram.
Ao longo da comunicação iremos mostrar como estes
projetos foram evoluindo e a forma como aa crianças foram desenvolvendo competências
matemáticas através da arte. Helena Ferreira e Paula Figueira (Setúbal)
11h -RELATOS DE PRATICAS - A escrita e o tempo
Relativamente ao tempo que demoram as aprendizagens, porquê querer que
todos as façam ao mesmo tempo, dentro do mesmo período de tempo, limitadas,
avaliadas e excluídas, por esse mesmo ”tempo” que nunca será igual para todos?
A democracia na escola a tal obriga ao partir do princípio que com 6 anos as
crianças começam uma corrida que vai durar doze anos até um fim. Fim que em si
é nada. Aos seis anos a linha de partida nunca foi a mesma para todos e aí ruiu
essa tosca ideia “democrata” de escola.
A mesma escola para todos não serve, não presta. Ao fim de quatro anos ou seis
ou oito, examinar o que se aprendeu de programas (da treta), é uma nulidade pedagógica, e uma ineficácia total ao
pretendido: avaliar os conhecimentos. E quem não foi capaz nesse tempo? Vai
fazer o quê? As crianças não existem em teoria pedagógico-didáctica, são
pessoas singulares, únicas, e para já, irrepetíveis…
Recolho alguns exemplos dos anos em que tentei interessar as crianças
pela escrita, pela aprendizagem da escrita, nunca pelos manuais, onde já tinham
garantido o insucesso nas salas de aula. Com algumas imagens que marcaram e
alteraram a maneira de me relacionar (com as crianças e…) com a escrita ao longo do tempo (outro
titulo possível) verei (veremos) se nos integramos e vivemos melhor com o tempo
que nos foge, que temos medo de perder, em inutilidade de actividades. Só com
um tempo realmente perdido nos permite deixar as crianças conquistar a
aquisição da escrita. De encontrarem o prazer em escrever. De quererem
escrever. Com a grande equação a pairar: para que é que eu escrevo? Para quem
escrevo? Qual o sentido da minha escrita?
Toda a gente diz que hoje se escreve muito, muito mais que no passado,
com o tempo que levo no meio da escrita, e apesar dela, não subscrevo. Escrever
bjs, não é beijos, é bêjotaesse e isto é um quotidiano com
que me confronto.
Nunca nos devemos esquecer que
somos os únicos animais que podem perder tempo, e que fazemos coisas inúteis, e
que isso é que define a nossa inteligência e nos distingue dos outros seres com
convivemos (às vezes tão mal) neste planeta. Luis Goucha (Lisboa)